quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Por que Criar um Ambiente Bilingue


A gente vê de tudo neste mundo: brasileira que casa com gringo, tem filho fora do Brasil e fala português com a criança para ela poder falar com a família materna pelo skype ou quando visita o Brasil. Americanos que vêm morar no Brasil, têm filhos aqui e falam inglês com a cria para não perder as raízes. Casal de brasileiros que não fala inglês, mas coloca o filho em escola bilingue. Casal de professores de inglês que resolvem falar esse idioma em casa, mesmo morando no Brasil. Casal onde cada um fala sua língua nativa com o filho e que moram em um país que fala ainda outro idioma, fazendo com que o filho seja trilingue.
De qualquer maneira, crianças aprendem muito rápido e bem. O cérebro está zerado, o que entrar nele é absorvido e fixado. Num piscar de olhos.
A decisão de fazer de Sussuquinha uma criança bilingue começou quando ela tinha 6 meses. As vantagens são variadas: Mamãe trabalha em uma empresa onde mais da metade dos funcionários fala inglês. Existem muitos estrangeiros na igreja. Sussuquinha convive todos os dias na mesma sala que a Lauryn, americaninha que em casa só fala português com a mãe e inglês com a avó (que, por sinal, foi nossa madrinha de casamento). Na igreja, ela está sempre nos mesmos ambientes e salas que o Joey, também da idade dela e filho de americanos, que só fala inglês em casa. Sussuquinha tem um priminho americano, o Gabriel, que mora em Washington.
Uma escola bilingue custa DEZ vezes mais do que a escola onde Sussuquinha estuda. Sendo assim, a mamãe não fala em inglês com Sussuquinha por "metidice" ou por pedantismo, mas sim por pobreza mesmo... rs. É muito mais barato e prático simplesmente conversar com ela em outro idioma do que pagar cursos, escolas e intercâmbios por anos e anos.
Afinal, seja na escola (da quinta série em diante), seja na faculdade que ela escolher (quando precisar pesquisar livros e artigos em inglês), seja num programa de computador, seja na busca de um emprego, saber falar outro idioma é sempre bem-vindo.
E se ela quiser fazer pós, mestrado ou doutorado, saber inglês será obrigatório.
E se a mamãe, sabendo falar inglês, resolvesse trilhar o caminho mais fácil e falasse o bom e velho português, que é a língua nativa e não dá trabalho nenhum, com certeza, assim que Sussuquinha crescesse mais um pouco, perguntaria:
- Ô mãe! Você sabe falar inglês, por que nunca me ensinou?
Sendo assim, as vantagens superam em muitos as desvantagens, que até agora são duas:
1- Querer dar uma bronca ou falar algo muito emotivo e faltarem as palavras em inglês para isso...
2- Conversar com ela em ambientes onde ninguém mais fala inglês e as pessoas ficarem escutando com um ar de estranhamento; fica chato e constrangedor fazer isso. Dá impressão que estamos falando mal da pessoa que não fala inglês... fica chato...
Mesmo assim, o sistema OPOL (One Parent One Language) é o que tem dado muito certo aqui em casa.
Papai só fala em português com Sussuquinha; Mamãe só fala em inglês. Ela assiste a desenhos em português quando está com Papai e em inglês quando está com Mamãe. Ela já sacou o esquema e sabe exatamente O QUE deve falar COM QUEM. Isso com as pessoas com quem ela convive, lógico. Ela pede coisas em inglês para Mamãe e se Mamãe por qualquer motivo não pode atender, fala para ela pedir ao Papai. Na mesma hora ela chama Papai e pede a tal coisa em português.
Ela "lê" livros didáticos em inglês (que Mamãe lê para ela e ela decora as figuras), mas se quer mostrar algum desses livros para a Vovó, fala em português o que está em cada página; ela tem se mostrado uma ótima tradutora.
É muito interessante observar a separação que ela já faz, e isso muito antes dela completar 2 anos.
Até onde isso vai, não sabemos. Conhecemos pessoalmente casais que vivem o sistema OPOL e relatam que quando os filhos crescem, lá pelos 5 anos, escolhem um idioma de preferência. Mas o que as crianças aprenderam até então é suficiente para que não se esqueçam do idioma preterido. Fica guardadinho no cérebro.
E logo eles percebem a grande vantagem de falar mais de um idioma e voltam a se interessar por isso na adolescência.
Não sabemos o que vai acontecer com Sussuquinha, se ela vai rejeitar, se vai querer desistir, mas que ela vai poder tirar notas boas em inglês na escola, isso vai.
Já é um motivo que anima a não desistir e seguir em frente.

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