terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dica Finesse do Dia - Tratamentos


Alguns trechos de um livro de Danuza Leão, que tratam das sutilezas e do "feeling" que se deve ter na hora de tratar as pessoas:

Quando apresentar duas pessoas, procure dizer alguma coisa tipo "vocês
têm um amigo comum". Ou um hobby. Nunca uma namorada.

Se você encontra uma pessoa e percebe que ela não está te
reconhecendo, nada de "lembra de mim?; garanto que não está lembrando..."
Vá direto: "Lembra de mim? Sou fulano e nos conhecemos em casa de
beltrano em Paris". Caso contrário, seja franco, diga logo que você não
é bom fisionomista, está esclerosado, e acabe com a tortura.


Tratar uma pessoa mais velha por você é uma coisa que, contrariando
todas as regras, costuma alegrar muito o coração de um idoso.

Quando você chega a uma casa, bar ou restaurante e encontra um grupo
já instalado, não é preciso estender a mão ou beijar cada um. Dê um alô
geral, e tudo bem.

Um homem sempre se levanta para ser apresentado a uma mulher ou a um
homem mais velho. Mas em restaurantes, bares e discotecas, ficam
liberados do gesto - devido à falta de espaço -, bastando dizer
"desculpe, não dá para levantar".

Já as mulheres não se levantam nunca. Nem em apresentações, nem em
cumprimentos. Só para uma anciã ou um cardeal, a menos que se esteja
numa discoteca. Mas o que iriam fazer essas pessoas numa discoteca?

Praia. Nunca fique pedindo coisas: óleo importado, protetor solar,
cigarros, as horas etc. Proteja-se dessas pessoas mais do que de uma
insolação. Ou já chegue dizendo "que absurdo, sabe quanto paguei por
esse óleo?"

Nunca chegue à casa de ninguém sem avisar, a não ser que você tenha
se sentido mal exatamente na porta da casa do seu amigo. Assim mesmo,
interfone.

Ao visitar um doente, que a visita seja curta. Mesmo assim, só vá
avisando antes e com a certeza de que será bem-vinda. Cuidado com os
assuntos. Não peça detalhes da doença, exames. Não conte a história de
uma enfermidade parecida, porém mais interessante.

Para uma visita de pêsames, 10 minutos bastam. Mesmo que você perceba
que sua presença está fazendo bem, espere que peçam para você ficar um
pouco mais.

Quando nasce uma criança, também seja breve. A depressão pós-parto
existe. Não vá em grupo. Pouco barulho. Não toque no bebê, não peça para
segurar no colo. A casa já está cheia de novidades, não é hora para
entreter visitas. Não espere que te ofereçam mais do que um copo d'água.
Não faça disso um programa. Não fume. Não fique contando histórias. Só
há um assunto: o bebê e tudo o que diz respeito a ele. O parto, as
mamadeiras, fraldas, se chora de noite, se o umbigo caiu, se a mãe tem
leite, se empedrou etc.

Quando terminar qualquer visita, espere que abram a porta para você.
Não vá logo botando a mão na maçaneta.


Quando te perguntarem "oi, tudo bem?" não engrene com um "ah, minha
filha, com uma gripe!" e aí, os detalhes. Sobretudo, não diga o nome dos
remédios que está tomando.

Não boceje. Se acontecer e você não puder mesmo evitar, que seja em
total silêncio. Tente, apertando a língua no céu da boca e, ao mesmo
tempo, a ponta do polegar no dedo indicador. As freiras diziam ser
infalível. Se não funcionar, mãozinha na frente da boca.


Nunca entre num aposento sem bater na porta antes. Se for no quarto do
seu filho pequeno, ou no seu próprio, com o marido lá dentro, dê sempre
umas batidinhas antes.

Não se lê correspondência de outra pessoa. Nem se mexe na bolsa, ou se
olha a agenda, ou a gaveta, ou se escuta uma conversa. Isso é invasão
intolerável de privacidade. Respeite o diário de sua filha, mesmo que
ela tenha só cinco anos.

Um homem deve sempre ajudar a mulher que está carregando algum
embrulho, a não ser que ele já esteja com as mãos ocupadas.

Às vezes você encontra uma pessoa que não via há muitos anos, tipo
colega de colégio. E leva um susto, tal o estrago dos anos. Disfarce a
impressão que o encontro te causou e não deixe transparecer que você
quase não a reconheceu.

Quando encontrar uma amiga visivelmente grávida, cuidado para não
dizer "não sabia que você tinha se casado". Talvez ela não tenha.

Alguém vai jantar em sua casa. No dia seguinte te manda flores,
agradecendo. Se você, por sua vez, telefonar agradecendo, não vai acabar
nunca a ladainha. Fique atenta e basta que, na próxima vez que se
encontrarem, agradeça. Mas não esqueça.

Em enterros ou missas, não vá produzida. Não é necessário vestir
preto, mas é imperdoável atacar de perua numa hora dessas. Missas e
enterros não são festas, embora às vezes certos velórios sejam tão
animados quanto, só faltando mesmo bebida, música, e alguém começar a
dançar.

Se cruzar con uma celebridade, tipo artista, e disser que o acha o
máximo, a pessoa vai adorar. Mas pare por aí. Deixe-a em paz.
Autógrafos, nem pensar.

Delicadeza é você não usar sua roupa mais deslumbrante quando sua
amiga está mais para o simplesinho. E também não se espremer como uma
salsicha dentro do seu tubinho mais apertado quando for sair com sua
amiga gordinha.

Se você pegar um táxi com um amigo e ele entrar na frente, não tome
isso como má educação, muito pelo contrário. Na verdade, ele teve o
incômodo maior, que é o de quem entra primeiro. Talvez seja bom que ele
diga: "estou entrando na frente para te facilitar".

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